Paraísos fiscais comunicaram quase 27 mil aplicações financeiras às finanças

Há mais estrangeiros com dinheiro cá do que portugueses com dinheiro lá fora. Mais de metade dos offshores na ‘lista negra’ do Fisco aderiram à troca automática de informações e, nos últimos anos, já subiram para 35 os que fizeram chegar dados bancários às autoridades portuguesas. Hong Kong, ilha de Man, Guernsey, Gibraltar e Emirados Árabes Unidos foram, por esta ordem, os paraísos fiscais que mais informação partilharam com Portugal. No ano passado, a Autoridade Tributária (AT) recebeu do exterior informações sobre 1,6 milhões aplicações financeiras (contas bancárias, mas não só) que os portugueses (ou estrangeiros residentes cá) têm lá fora, noutras jurisdições. Em sentido contrário, enviou para o estrangeiro dados de 2,7 milhões de contas que os não residentes têm cá.

Slots: o alfa e o ómega da aviação

Sem slots não há aviões a levantar voo e a aterrar. Em Portugal são atribuídos pela NAV e não são pagos, em Londres podem valer dezenas de milhões. Para a TAP são o trunfo e a peça central para manter uma plataforma estratégica, mas vai ter de abdicar de alguns. O Estado português terá proposto um corte de seis slots. ATAP detém metade dos slots (espaços horários para aterrar ou descolar) do aeroporto de Lisboa (50%), o equivalente a 50 mil slots, um número considerado fundamental pela companhia para manter o hub, uma plataforma giratória que permite trazer passageiros em voos transatlânticos – Brasil e EUA, por exemplo – e distribuí-los pela Europa.

Dívida das famílias, empresas e Estado sobe para 762,5 mil M€

O endividamento das famílias, empresas e Estado aumentou 14.100 milhões de euros no primeiro semestre face ao final de 2020, para 762.500 milhões, superando o valor homólogo em quase 30.000 milhões de euros, divulgou o BdP. O endividamento do setor não financeiro situou-se em 762.482 milhões de euros, dos quais cerca de 350.500 milhões de euros respeitavam ao sector público e 412.000 milhões de euros ao sector privado. Já o endividamento dos particulares aumentou 2.000 milhões de euros, ‘refletindo o incremento do financiamento obtido junto do sector financeiro’.

Peso da dívida externa líquida caiu para 84,4% do PIB

As variações de preço e as variações cambiais explicam a redução de 2,7 pontos percentuais do peso da dívida externa líquida no final do primeiro semestre face a Dezembro de 2020. A dívida externa líquida – que corresponde à posição de investimento internacional excluindo, fundamentalmente, os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros – reduziu-se 2,7 p.p. entre Dezembro de 2020 e Junho deste ano. A dívida externa líquida de Portugal fixou-se em 176,3 mil milhões de euros no final do primeiro semestre. A PII de Portugal situou-se em -207.900 milhões de euros, o que traduz uma redução da posição negativa em aproximadamente 4.900 milhões de euros em relação ao final de 2020.

Estado foi lesado em 24 milhões de euros por fraude com ouro vendido no tempo da troika

Dois dos 16 arguidos que pertenciam a uma rede de empresários foram condenados a penas de prisão efetivas de cinco e dez anos, sendo que os outros membros tiveram de devolver parte do dinheiro que receberam de forma ilícita. Estes dois elementos eram considerados os líderes da rede que atuava a norte do país, que de acordo com o tribunal de Matosinhos terá passado faturas falsas num valor superior a 64 milhões de euros. Um dos principais membros deste grupo abriu entre 2008 e 2012, 53 estabelecimentos de compra e venda de ouro por todo o país e, entre 2008 e 2012, tendo causado um prejuízo de 16,3 milhões de euros ao Estado.