O Plano apresenta um conjunto de intenções e considerações interessantes, mas não aprofunda nem concretiza nenhuma delas, nem apresenta soluções concretas para os principais problemas que o sector vem enfrentando.

Por outro lado, os objectivos apontados são demasiado vagos e pouco precisos, não definindo quais as acções a desenvolver no curto e médio prazos para atingir as metas propostas.

O Plano não identifica nem as fontes de financiamento nem os montantes financeiros para a execução de cada um dos programas e projectos enunciados, nem define as “Grandes Linhas Orientadoras”, subjacentes a um Plano desta natureza.

Por outro lado ainda, o texto posto à discussão pública contém algumas imprecisões sobre a apreciação da actividade turística, definindo estratégias desajustadas das necessidades, designadamente no que se refere à ideia de “hostilizar” os mercados onde já temos notoriedade, em nome da aposta em mercados emergentes, situação desaconselhável e tecnicamente errada e, por conseguinte, potencialmente danosa para a economia do turismo.

A intenção de capitalizar as empresas tendo em vista a sua reestruturação, via reescalonamento das suas dívidas, é uma ideia nobre, mas impossível de realizar sem a criação de mecanismos financeiros adequados.

A contradição entre as medidas objectivas definidas e as propostas apresentadas e/ou sugeridas é demasiado evidente, para além de muitas delas não serem suficientemente abrangentes e tecnicamente sustentáveis. A promoção do Turismo Residencial no exterior não se esgota na venda de casas, por exemplo.

As questões centrais, nomeadamente as relacionadas com a competitividade da actividade turística não se encontram contempladas, como o transporte aéreo, a qualificação da oferta pública de turismo, a promoção turística, o marketing & vendas, a gestão aeroportuária, a distribuição e a importância dos novos canais de comercialização e, sobretudo, a necessidade da sua articulação e interligação com a Oferta.

Para a AHETA, o Plano é demasiado subjectivo e desfocado das realidades, podendo mesmo revelar-se como mais um elemento perturbador junto dos agentes do sector, pouco mobilizador e, por conseguinte, destituído de conteúdo prático e visão prospectiva e de futuro.

O texto final não incorpora entendimentos fundamentais e iluminadores da acção política para promover o desenvolvimento do turismo. Se não houver um esforço considerável para assimilar estes entendimentos, a política de turismo sairá enfraquecida e a actividade turística não reconquistará a sua competitividade no próximo futuro.